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Documento do Mês (AH) – Agosto

Carta manuscrita da Real Biblioteca para Alexandre António Vandelli, guarda-mor da Academia das Ciências de Lisboa, 7 de abril de 1826

Carta noticiando a destruição dos livros oferecidos ao Gabinete de S. Majestade Imperial aquando do regresso da Coroa a Portugal

Quando a 29 de novembro de 1807, no decorrer das invasões francesas, o príncipe regente D. João VI (r. 1792-1826) decide transferir a corte para o Brasil conservando a soberania do império, dá-se início ao período de crise da monarquia absoluta e à emergência do Liberalismo português. Entre o descontentamento crescente e o agravamento da situação económica, o programa de independência nacional ambicionava a salvaguarda da monarquia sob o signo da Regeneração, dotando o novo regime político de um parlamento eleito encarregue de redigir uma constituição. A Revolução Liberal de 1820, iniciada no Porto, mas que rapidamente se estendeu ao território continental, reclamava o regresso imediato da família real e da Corte portuguesa, que se deu a 4 de julho de 1821.

Os tempos de revolução que se seguiram ininterruptamente ao longo da primeira metade do século XIX, significaram para a Academia das Ciências de Lisboa uma fase de abrandamento das suas atividades e da produção historiográfica que até então vinha a desenvolver sob o signo do progresso da investigação científica motivada pelo espírito iluminista. Ainda assim, a atividade de impressão e publicação de obras na Tipografia da Academia continuou, bem como o envio de remessas de livros para entidades nacionais e estrangeiras. No “Documento do Mês” de agosto destacamos uma carta manuscrita da Real Biblioteca que noticia a Alexandre António Vandelli, guarda-mor da ACL, a destruição de várias obras oferecidas ao Gabinete Real e Imperial, que “apenas chegavão, desaparecião”. Entre as demais, assinala-se o desaparecimento de exemplares da edição de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, assim como outras obras de cunho técnico científico, como os “Apontamentos para a historia das minas de Portugal”.

 

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