HomeAcademiaHistória da Academia

história da Academia

A Academia das Ciências de Lisboa foi fundada a 24 de dezembro de 1779, com beneplácito da rainha D. Maria I. Entre os principais responsáveis e mentores da concretização deste projeto contam-se o 2.º Duque de Lafões, D. João Carlos de Bragança, e o abade José Correia da Serra. O conhecimento que ambos tinham do funcionamento de academias e sociedades congéneres europeias foi fundamental para a criação de uma instituição semelhante em Portugal. Também relevante foi o papel de Domingos Vandelli, cuja ligação ao ensino das ciências naturais na Universidade de Coimbra se revelou instrumental na definição da missão da Academia das Ciências, tendo em vista a demonstração da utilidade do conhecimento produzido pelos seus membros.

A primeira sessão realizou-se a 16 de janeiro de 1780. Denominada Academia Real das Sciencias de Lisboa, assumiu a designação atual em 1910. É uma instituição de âmbito nacional que mantém relações com academias e sociedades científicas de outros países. Veio ao encontro das vontades de um país onde, em pleno Século das Luzes, se sentia crescente necessidade de desenvolver o conhecimento das ciências, letras e humanidades.

Os seus fundadores acentuaram que “… esta Academia das Ciências [é] consagrada à glória e felicidade pública, para adiantamento da instrução nacional, perfeição das ciências e das artes e aumento da indústria popular”.

Compunha-se inicialmente das Classes de Ciências Naturais, Ciências Exatas e Belas-Letras, com sócios efetivos e correspondentes, além de correspondentes estrangeiros. Após a instalação definitiva, em 1833, no Convento de Nossa Senhora de Jesus, da Ordem Terceira de S. Francisco (e depois da confirmação da posse das suas instalações na sequência da extinção dos conventos em 1834) a Academia reformulou os seus Estatutos (1851) e reorganizou-se em duas Classes, de Ciências e de Letras, que se mantêm até ao presente.

A Academia das Ciências de Lisboa tem desempenhado papel ímpar no desenvolvimento científico e tecnológico em Portugal. As coleções de publicações e Memórias editadas desde o arranque da sua atividade, são testemunho da história das ciências e das letras em Portugal, bem como da evolução do estado científico e cultural do país.

O património à sua guarda reveste enorme riqueza e importância, merecendo destaque as coleções de manuscritos, de incunábulos e de livro antigo (até inícios do século XIX), o acervo arquivístico que abrange quase 250 anos da história da ciência, dos cientistas e dos letrados que foram seus membros, e o conjunto de peças e objetos das suas coleções museológicas.

Até finais do século XIX manteve atividades relevantes de ensino científico, prolongando a sua vocação e responsabilidade na promoção do conhecimento e dos saberes. E acolheu o nascimento de instituições que mais tarde se autonomizaram, nomeadamente a Instituição Vacínica (1811), a Comissão Geológica (1857) e o Curso Superior de Letras (1859).

A História da Academia das Ciências de Lisboa ajuda a compreender as razões do lugar de relevo que ocupa no sistema de ciência e tecnologia em Portugal – uma instituição vocacionada para a promoção e divulgação da cultura científica, bem como para a demonstração da relevância das ciências e das letras para o desenvolvimento do país.