Restauro_Correia_Serra_2023.09.07

Intervenção de conservação e restauro no retrato de José Correia da Serra

Autoria: Domenico Pellegrini (1749-1840) | Data: Século XVIII, 1799.| Técnica: Óleo sobre tela.| Dimensões: Tela: 76,5 x 63,5 – Moldura 93 x 83,5 | Nº de Inventário: ACL-PIN-0041

Passaram duzentos anos desde o falecimento de uma das mais célebres figuras na História da Academia das Ciências de Lisboa; porém, as suas contribuições não caíram no esquecimento.

José Correia da Serra (1751-1823), proeminente botânico, naturalista e diplomata, terá no dia 15 de setembro uma sessão evocativa dedicada aos serviços que prestou à comunidade científica e à instituição que ajudou a estabelecer em 24 de dezembro de 1779.

Contudo, esta homenagem vai além das palavras. Pintado pela mão do artista italiano Domenico Pellegrini, no ano de 1799, o retrato de José Correia da Serra foi alvo de uma recente intervenção de conservação e restauro. A Academia das Ciências de Lisboa agradece à técnica de restauro Maria Monforte, por ter devolvido ao rosto de Correia da Serra – na altura com 48 anos – o brilho e a vivacidade originais.

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Destaque da Biblioteca – setembro

Fragmento de Papel Egípcio

Dado pelo cardeal Borgia ao Sr. José Correia da Serra e por este dado à Academia

No âmbito do bicentenário do desaparecimento de José Correia da Serra que se assinala no próximo dia 15 de setembro, no Salão Nobre da ACL, a Biblioteca destaca para o presente mês o “Fragmento de Papel Egípcio” (MA 1724) oferecido pelo Cardeal Stefano Borgia (1731-1804) ao Abade, e posteriormente cedido à Academia das Ciências de Lisboa. Produzido em papiro, este manuscrito, agora conservado entre duas lâminas de vidro, apresenta uma composição textual em alfabeto copta, possivelmente datado entre os séculos IV e V a.C. O vasto conjunto de antiguidades egípcias, inventariado por George Zoëga em Catalogus codicum Copticorum manuscriptorum qui in Muse Borgiano velitris adservantur (1810), formava a coleção da casa-museu de Velletri, residência oficial da família Borgia, evidenciando o espírito de colecionismo privado e o crescente interesse pelo Oriente que marcou a época de Oitocentos. Sobre as circunstâncias em torno desta oferta a Correia da Serra pouco se conhece, ainda que durante a sua formação em Itália, entre 1757 e 1777, tenha contactado com relevantes figuras do seu tempo, entre as quais o Cardeal Borgia, Secretário da Congregatio de Propaganda Fide.

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Documento do Mês (AH) – Setembro

Parecer de José Correia da Serra, secretário da Academia das Ciências de Lisboa

Minuta manuscrita com proposta de criação de sociedades de agricultura correspondentes para o desenvolvimento da agricultura e da indústria portuguesas, s.d.

O Arquivo Histórico da Academia das Ciências de Lisboa e a iniciativa “Documento do Mês” associam-se, no decorrer do mês de setembro, às atividades em torno da Evocação de José Correia da Serra no bicentenário da sua morte, a assinalarem-se no próximo dia 15, no Salão Nobre da ACL.

Figura incontornável para a história da ciência e das relações diplomáticas em Portugal, José Correia da Serra (1750-1823) prestou contributos fundamentais para a definição de uma visão e programa científico ilustrados, a partir dos quais o conhecimento procurasse ter uma finalidade utilitária. Tendo em vista uma melhoria das condições económicas do país, as questões em torno da agricultura estiveram amplamente presentes no núcleo programático fundacional da Academia das Ciências de Lisboa, consubstanciado no seu Plano de Estatutos (1780), no qual ficava regulamentada uma Comissão para a Indústria, reunindo as “observações e cálculos da Natureza” e a “prática dos Agricultores”, de acordo com o pensamento empírico de aplicação do conhecimento. Foi, neste contexto, que surgiu a proposta de se estabelecerem sociedades de agricultura, organismos correspondentes à ACL que “recebessem della as ideas, os projectos, as sementes novas E que a interrogassem em todas as suas duvidas, e que juntamente lhe comunicassem as suas experiencias”. Como tal, os seus membros deviam ser proprietários de terrenos, escolhendo entre si um diretor e secretário, reunindo semanalmente, e ficando os limites de atuação de cada organismo circunscritos à sua província, como se lê no parecer de José Correia da Serra, secretário da ACL, que agora destacamos no “Documento do Mês” de setembro. Ainda que a proposta não tenha sido imediatamente discutida em Assembleia, uma vez que não consta qualquer referência nos livros de atas (AMARAL, Ilídio do – Nótulas históricas sobre os primeiros tempos da Academia das Ciências de Lisboa. In Memórias da Academia das Ciências de Lisboa. Classe de Letras. Lisboa: Academia das Ciências, 2010, p. 11), desconhecendo-se a concretização prática destes organismos, temos conhecimento da sua aprovação, mais tarde, a 27 de março de 1790, saindo igualmente gorada a sua aplicação. No entanto, as publicações sobre agricultura ocuparam profusamente os primeiros anos da atividade editorial da ACL contribuindo para a reflexão e discussão dos problemas económicos nacionais, publicações que contaram com imprescindíveis contributos de José Correia da Serra, nomeadamente nas Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, para o Adiantamento da Agricultura, das Artes e da Indústria em Portugal, e suas Conquistas, publicadas entre 1789 e 1815.

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Documento do Mês (AH) – Agosto

Carta manuscrita da Real Biblioteca para Alexandre António Vandelli, guarda-mor da Academia das Ciências de Lisboa, 7 de abril de 1826

Carta noticiando a destruição dos livros oferecidos ao Gabinete de S. Majestade Imperial aquando do regresso da Coroa a Portugal

Quando a 29 de novembro de 1807, no decorrer das invasões francesas, o príncipe regente D. João VI (r. 1792-1826) decide transferir a corte para o Brasil conservando a soberania do império, dá-se início ao período de crise da monarquia absoluta e à emergência do Liberalismo português. Entre o descontentamento crescente e o agravamento da situação económica, o programa de independência nacional ambicionava a salvaguarda da monarquia sob o signo da Regeneração, dotando o novo regime político de um parlamento eleito encarregue de redigir uma constituição. A Revolução Liberal de 1820, iniciada no Porto, mas que rapidamente se estendeu ao território continental, reclamava o regresso imediato da família real e da Corte portuguesa, que se deu a 4 de julho de 1821.

Os tempos de revolução que se seguiram ininterruptamente ao longo da primeira metade do século XIX, significaram para a Academia das Ciências de Lisboa uma fase de abrandamento das suas atividades e da produção historiográfica que até então vinha a desenvolver sob o signo do progresso da investigação científica motivada pelo espírito iluminista. Ainda assim, a atividade de impressão e publicação de obras na Tipografia da Academia continuou, bem como o envio de remessas de livros para entidades nacionais e estrangeiras. No “Documento do Mês” de agosto destacamos uma carta manuscrita da Real Biblioteca que noticia a Alexandre António Vandelli, guarda-mor da ACL, a destruição de várias obras oferecidas ao Gabinete Real e Imperial, que “apenas chegavão, desaparecião”. Entre as demais, assinala-se o desaparecimento de exemplares da edição de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, assim como outras obras de cunho técnico científico, como os “Apontamentos para a historia das minas de Portugal”.

 

Documento Completo

Transcrição do Documento

Noticia_Livro_SJC_2023.08.01

Como Dialogar com quem não quer ouvir? – e-Book de acesso livre

Autores: Gonçalo Marcelo, Pedro Matos Pereira, Ana Sanchez e Mara de Sousa Freitas

O Seminário de Jovens Cientistas da Academia das Ciências de Lisboa lançou o livro “Como Dialogar Com Quem Não Quer Ouvir?”, uma compilação de textos que abordam temáticas como a polarização política, desinformação e confiança na ciência.
Esta coletânea de reflexões interdisciplinares de filósofos, cientistas das ciências naturais e sociais, jornalistas e comunicadores de ciência, discute fenómenos como a crise da democracia, notícias falsas, teorias da conspiração e crenças associadas ao negacionismo da ciência.
São propostas abordagens e soluções para estes problemas, destacando a importância da divulgação científica e do desenvolvimento de estratégias para mitigar a desinformação.
“Como Dialogar Com Quem Não Quer Ouvir?” é uma obra relevante para investigadores, comunicadores de ciência, jornalistas e interessados em combater a desinformação e promover um diálogo construtivo na sociedade.

Editada por Gonçalo Marcelo, Pedro Matos Pereira, Ana Sanchez e Mara de Sousa Freitas, a obra conta com contribuições de Michel Renaud (prefácio), Renato Janine Ribeiro, Richard Kearney, Nelson Ferreira, Carlos Fiolhais, Ana Delicado, Vera Novais, Inês Narciso, Joana Gonçalves-Sá e Cristina Mendonça, e Maria Manuela Chaves (posfácio).

Consultar o livro Aqui

Medalha de Mérito Científico

Maria Salomé Pais recebe Medalha de Mérito Científico

© Carlos Pimentel/Global Imagens

Maria Salomé Pais foi condecorada com a Medalha de Mérito Científico durante o Encontro com a Ciência e a Tecnologia em Portugal, numa cerimónia realizada no início de julho deste ano, na cidade de Aveiro. A distinção é um testemunho do reconhecimento de toda uma vida dedicada à ciência. A ilustre professora catedrática aposentada do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) demonstrou especial interesse pelos avanços científicos internacionais, com destaque no campo da biologia celular vegetal, área em que iniciou a sua trajetória científica.

A Academia das Ciências de Lisboa congratula-se com esta distinção e apresenta à confrade Maria Salomé Pais calorosos cumprimentos de felicitações.

Maria Salomé Pais, atual Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa, dedica-se diariamente à promoção de atividades científicas, tais como organização de seminários e ciclos de conferências dedicados a públicos alargados. Sob a sua liderança, o Instituto destaca-se como uma referência científica em Portugal, fomentando a colaboração entre instituições nacionais e internacionais. Com vasta experiência e dedicação, continua a inspirar jovens cientistas a contribuírem para o progresso científico e tecnológico do país. No âmbito da Cátedra Eduwell da UNESCO, de que é coordenadora responsável, promove ações de formação avançada em ambiente de e-learning sobre temas relevantes para o estudo do desenvolvimento social, económico e cultural à escala global.

Sessão Académica Classe Ciências (8)

Aviso – encerramento ACL

Admitindo constrangimentos à mobilidade decorrentes da realização das Jornadas Mundiais da Juventude, os serviços de atendimento público da Academia (Biblioteca, Arquivo e Museu) ficarão encerrados nos dias 31 de julho e 1 e 2 de agosto.

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Artigo SJC – Música da Natureza

Autor: Jonas Runa

Neste artigo de Jonas Runa, membro do Seminário de Jovens Cientistas, descobre os mistérios do som e as suas conexões inusitadas com a ciência, filosofia e arte contemporânea. O autor explora a polissemia deste conceito, mergulhando na sua dualidade como uma entidade científica independente e uma experiência subjetiva incompreensível.

Leia o artigo completo Aqui

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6ª Edição da Iniciativa “Roteiros do Conhecimento” – Visita Guiada à Academia das Ciências de Lisboa

No âmbito da 6ª edição da prestigiada iniciativa “Roteiros do Conhecimento”, será realizada uma visita guiada à renomada Academia das Ciências de Lisboa. O evento está agendado para o próximo dia 9 de agosto, com início às 10h30.

A Academia das Ciências de Lisboa, fundada em 1779, tem sido uma instituição de destaque na promoção e avanço do conhecimento científico em Portugal. Essa visita especial proporcionará aos participantes a oportunidade única de explorar as instalações históricas e aprender sobre as contribuições significativas da academia para diversos campos da ciência.

A 6ª edição dos “Roteiros do Conhecimento” tem-se destacado por promover o acesso à cultura e ao saber, proporcionando aos cidadãos a oportunidade de conhecerem instituições de grande relevância para a história e o desenvolvimento científico de Portugal.

Todos aqueles que desejam explorar a notável história e o legado científico da Academia das Ciências de Lisboa são convidados a inscrever-se o mais breve possível, a fim de garantir a sua participação nessa visita.

Local: Academia das Ciências de Lisboa

Data: 9 de agosto de 2023

Horário: 10h30

Inscrição: Gratuita, mediante inscrição prévia

Vagas disponíveis: 25

E-mail para inscrição:geral [at] acad-ciencias.pt