A Academia das Ciências cedeu, a título de empréstimo, uma obra de arte para assinalar o bicentenário do nascimento do abade José Correia da Serra. O quadro, pintado pelo artista italiano Domenico Pellegrini, retrata o Abade Correia da Serra aos 48 anos de idade.
A Biblioteca Municipal de Serpa exibirá a pintura no próximo dia 9 de setembro, das 10h00 às 13h00, como parte das celebrações em homenagem a este botânico, diplomata e filósofo. O evento é uma oportunidade para os visitantes apreciarem a obra e refletirem sobre o legado de Correia da Serra na ciência e na cultura. A contribuição da Academia das Ciências de Lisboa para esta celebração destaca a importância da preservação do património cultural e científico de Portugal, enriquecendo as festividades que marcam o bicentenário do nascimento de um dos filhos mais notáveis da região.
Intervenção de conservação e restauro no retrato de José Correia da Serra
Autoria: Domenico Pellegrini (1749-1840) | Data: Século XVIII, 1799.| Técnica: Óleo sobre tela.| Dimensões: Tela: 76,5 x 63,5 – Moldura 93 x 83,5 | Nº de Inventário: ACL-PIN-0041
Passaram duzentos anos desde o falecimento de uma das mais célebres figuras na História da Academia das Ciências de Lisboa; porém, as suas contribuições não caíram no esquecimento.
José Correia da Serra (1751-1823), proeminente botânico, naturalista e diplomata, terá no dia 15 de setembro uma sessão evocativa dedicada aos serviços que prestou à comunidade científica e à instituição que ajudou a estabelecer em 24 de dezembro de 1779.
Contudo, esta homenagem vai além das palavras. Pintado pela mão do artista italiano Domenico Pellegrini, no ano de 1799, o retrato de José Correia da Serra foi alvo de uma recente intervenção de conservação e restauro. A Academia das Ciências de Lisboa agradece à técnica de restauro Maria Monforte, por ter devolvido ao rosto de Correia da Serra – na altura com 48 anos – o brilho e a vivacidade originais.
Documento do Mês (AH) – Agosto
Carta manuscrita da Real Biblioteca para Alexandre António Vandelli, guarda-mor da Academia das Ciências de Lisboa, 7 de abril de 1826
Carta noticiando a destruição dos livros oferecidos ao Gabinete de S. Majestade Imperial aquando do regresso da Coroa a Portugal
Quando a 29 de novembro de 1807, no decorrer das invasões francesas, o príncipe regente D. João VI (r. 1792-1826) decide transferir a corte para o Brasil conservando a soberania do império, dá-se início ao período de crise da monarquia absoluta e à emergência do Liberalismo português. Entre o descontentamento crescente e o agravamento da situação económica, o programa de independência nacional ambicionava a salvaguarda da monarquia sob o signo da Regeneração, dotando o novo regime político de um parlamento eleito encarregue de redigir uma constituição. A Revolução Liberal de 1820, iniciada no Porto, mas que rapidamente se estendeu ao território continental, reclamava o regresso imediato da família real e da Corte portuguesa, que se deu a 4 de julho de 1821.
Os tempos de revolução que se seguiram ininterruptamente ao longo da primeira metade do século XIX, significaram para a Academia das Ciências de Lisboa uma fase de abrandamento das suas atividades e da produção historiográfica que até então vinha a desenvolver sob o signo do progresso da investigação científica motivada pelo espírito iluminista. Ainda assim, a atividade de impressão e publicação de obras na Tipografia da Academia continuou, bem como o envio de remessas de livros para entidades nacionais e estrangeiras. No “Documento do Mês” de agosto destacamos uma carta manuscrita da Real Biblioteca que noticia a Alexandre António Vandelli, guarda-mor da ACL, a destruição de várias obras oferecidas ao Gabinete Real e Imperial, que “apenas chegavão, desaparecião”. Entre as demais, assinala-se o desaparecimento de exemplares da edição de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, assim como outras obras de cunho técnico científico, como os “Apontamentos para a historia das minas de Portugal”.
Destaque da Biblioteca – Agosto
Poesias de José Maria Latino Coelho. Manuscrito original, em várias línguas onde se encontram apontamentos, desenhos e caricaturas.
Maria Salomé Pais recebe Medalha de Mérito Científico
© Carlos Pimentel/Global Imagens
Maria Salomé Pais foi condecorada com a Medalha de Mérito Científico durante o Encontro com a Ciência e a Tecnologia em Portugal, numa cerimónia realizada no início de julho deste ano, na cidade de Aveiro. A distinção é um testemunho do reconhecimento de toda uma vida dedicada à ciência. A ilustre professora catedrática aposentada do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) demonstrou especial interesse pelos avanços científicos internacionais, com destaque no campo da biologia celular vegetal, área em que iniciou a sua trajetória científica.
A Academia das Ciências de Lisboa congratula-se com esta distinção e apresenta à confrade Maria Salomé Pais calorosos cumprimentos de felicitações.
Maria Salomé Pais, atual Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa, dedica-se diariamente à promoção de atividades científicas, tais como organização de seminários e ciclos de conferências dedicados a públicos alargados. Sob a sua liderança, o Instituto destaca-se como uma referência científica em Portugal, fomentando a colaboração entre instituições nacionais e internacionais. Com vasta experiência e dedicação, continua a inspirar jovens cientistas a contribuírem para o progresso científico e tecnológico do país. No âmbito da Cátedra Eduwell da UNESCO, de que é coordenadora responsável, promove ações de formação avançada em ambiente de e-learning sobre temas relevantes para o estudo do desenvolvimento social, económico e cultural à escala global.
Aviso – encerramento ACL
Admitindo constrangimentos à mobilidade decorrentes da realização das Jornadas Mundiais da Juventude, os serviços de atendimento público da Academia (Biblioteca, Arquivo e Museu) ficarão encerrados nos dias 31 de julho e 1 e 2 de agosto.