Apresentação
O Museu Maynense possui um vasto e diversificado património material associado às atividades educativas e de investigação praticadas pela Academia das Ciências de Lisboa, ao longo de mais de dois séculos. Uma parte significativa deste acervo histórico científico – composto por coleções de arqueologia, etnografia, geologia, paleontologia, zoologia, relíquias conventuais, instrumentos científicos, entre outras, obtidas por legados e doações – encontra-se exposto em seis salas temáticas da galeria de exposição permanente.
Missão
O Museu Maynense tem como missão a conservação, o estudo e a divulgação do seu acervo, bem como a preservação da memória institucional da Academia das Ciências de Lisboa.
Objetivos
- Estudar as coleções e conjuntos de objetos que constituem o acervo do museu, promovendo a sua inventariação, organização sistemática de documentação e conservação.
- Promover a divulgação do acervo do Museu, através de um programa regular de exposições, visitas guiadas e outras atividades afins.
- Apoiar e responder aos pedidos de informação de visitantes, nomeadamente investigadores, estudantes do ensino superior, profissionais de outros museus e do público em geral.
Breve História do Museu e sua coleção
Instalado no antigo Convento da Nossa Senhora de Jesus, o nome do Museu Maynense é uma homenagem ao seu fundador: frei José Mayne (1723-1792), Provincial da Ordem Terceira de São Francisco e sócio da Academia das Ciências de Lisboa.
No segundo quartel do século XVIII, este religioso investiu os seus bens pessoais em benefício da Biblioteca Conventual e de um Gabinete de “curiozidades” composto por diversos artefactos, pinturas, desenhos, medalhas, assim como uma vasta coleção de exemplares de história natural. Ávido colecionador, frei José Mayne colocou a sua coleção ao serviço de uma aula pública, instalada no Convento de Jesus, exclusivamente dedicada ao ensino da disciplina que designou como “História Natural Teológica”. Esta aula tinha como objetivo declarado o de evidenciar as “maravilhas naturais da Criação” através do estudo dos três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal.
Para assegurar o futuro do seu projeto, fr. José Mayne atribuiu à Academia Real das Ciências de Lisboa, fundada nos finais desse mesmo século XVIII (1779) e da qual era sócio, o encargo de administrar o seu legado museológico. Este gesto foi decisivo para que anos mais tarde, com a extinção das ordens religiosas, em 1834, a Academia das Ciências de Lisboa se tenha vindo a instalar no Convento de Jesus, onde ainda hoje se encontra. Tal instalação ocorreu em 1833, um ano antes da atribuição da titularidade da posse pela rainha D. Maria II, na sequência da extinção das ordens religiosas.
A Academia tomou posse do espólio do Museu ao mesmo tempo que criou uma nova instituição pedagógica que intitulou de Instituto Maynense, no qual começou a lecionar uma Aula de Zoologia (1836) em moldes então adequados ao seu tempo, mais tarde ampliada (1849) num Curso de História Natural, Física, Química, Geografia e Geologia. Aberto gratuitamente ao público, o curso funcionou durante 70 anos, tendo encerrado já no século XX (1919). Com recurso ao método experimental, uma parte significativa dos bens culturais encomendados para este ensino ainda integram as coleções do Museu Maynense.
Ao longo dos séculos o Museu foi sendo ampliado, enriquecido com peças de diferentes proveniências, sejam as relíquias conventuais, heranças da família real e do Museu Real da Ajuda, resultados de expedições científicas ou campanhas arqueológicas, doações e legados de académicos, entre outras. As suas coleções refletem as amplas relações entre a instituição e outras sociedades científicas e academias europeias, bem como o intercâmbio entre os seus sócios e naturalistas, que proporcionavam uma intensa dinâmica de compra, venda ou permuta de bens culturais. Constituem ainda um testemunho dos serviços que a Academia das Ciências de Lisboa prestou ao país através do estímulo à investigação e ao ensino de matérias científicas e culturais, sem esquecer a sua concretização nos planos económico e tecnológico.
A Galeria Digital disponível neste site remete para conteúdos digitais preparados em anos anteriores que permitem, através de ligações externas, uma aproximação a alguns núcleos do percurso expositivo do Museu.