Perfil
AIRES AUGUSTO NASCIMENTO nasceu em Palhais, Trancoso, em 20 de julho de 1939. Ordenado sacerdote em 1962, iniciou a sua formação académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, licenciando-se em Filologia Clássica em 1966. Tornou-se assistente na mesma instituição em 1970 e, em 1978, doutorou-se com uma tese em Filologia Latina Medieval dedicada ao Livro dos Arautos. Especializou-se também em Estudos Medievais na Universidade de Lovaina, onde se dedicou ao estudo de ciências documentais e de codicologia.
Durante o seu percurso académico, Aires do Nascimento cruzou múltiplas áreas e saberes, dedicando-se ao estudo sistemático da língua e cultura grega, mas também da língua e cultura latina (Plínio, Ovídio, Vergílio, Propércio, Terêncio, entre outros), incluindo no seu percurso a Filologia e a História, a Arqueologia, a hagiografia medieval, a iconografia, a epigrafia e a iluminura, a codicologia, a paleografia, o tratamento informático e a análise estatística de textos medievais, a tradução e a história da tradução em Portugal, tendo publicado cerca de cinco centenas de artigos e monografias sobre os temas da sua especialidade. Exerceu ainda vários cargos de gestão universitária, como os de Pró-Reitor da Universidade de Lisboa, Vice-Presidente do Conselho Científico, Diretor do curso de Ciências Documentais, do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa (1982-2008) e ainda de Diretor da revista científica Euphrosyne (1986-2009). Em muito contribuiu para a internacionalização do ensino e investigação em Estudos Clássicos na Faculdade de Letras, estabelecendo relações com destacadas universidades estrangeiras, sobretudo espanholas, francesas, belgas e italianas.
É membro de diferentes academias, nacionais (Academia das Ciências de Lisboa, Academia Portuguesa da História) e estrangeiras.
O seu contributo para a investigação e preservação do património textual foi reconhecido com prémios científicos e honras públicas, como: o Prémio de Tradução da União Latina/FCT (2007), o Prémio de Tradução do PEN Clube Português: 2007, por Thomas Morus, Utopia, edição crítica, tradução e comentário, com estudo introdutório de José V. de Pina Martins, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2006 e com a condecoração como Grande-Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada, pelo Presidente da República Portuguesa, em 26 de Janeiro de 2023.