Perfil
António Lobo Antunes (Lisboa, 1942) é um autor português com vasta obra publicada em diversos géneros, da ficção à poesia, esta assumida como de algum modo periférica.
Médico militar durante a Guerra Colonial (1971-1973), psiquiatra depois no Hospital Miguel Bombarda, cedo veio a preferir o imperativo da escrita ao exercício, que foi rigoroso, da profissão. A partir dos primeiros romances – Memória de Elefante e Os Cus de Judas (1979), Conhecimento do Inferno (1980) – o seu percurso de narrador e cronista tanto em jornais como revistas portuguesas e estrangeiras, encontrou uma recepção crítica incomum e traduções em múltiplas línguas, com destaque para a edição programada da bibliografia na Bibliothèque de la Pléiade. Títulos como Auto dos Danados, Manual dos Inquisidores, Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura, O Meu Nome é Legião, Não é Meia Noite Quem Quer, Caminho como Uma Casa em Chamas ou O Tamanho do Mundo, sem secundarizar os Livros de Crónicas nem esquecer os restantes volumes de narrativa, granjearam-lhe um estatuto da maior relevância entre os nomes da literatura contemporânea. Tal facto contribuiu para as distinções que continuam a acompanhar-lhe o intenso trabalho autoral.
Prémios Literários (apenas alguns): duas vezes o de Romance e Novela da APE; melhor Livro Estrangeiro publicado em França; D. Dinis; France-Culture; Rosalía de Castro / Galiza; União Latina; Ovídio, da União dos Escritores Romenos; Fernando Namora, Estoril Sol; Jerusalém – Feira Internacional do Livro; José Donoso / Chile; Terenci Moix / Catalunha; Juan Rulfo / França; Excelência – do Salão do Livro da Transilvânia; Bottari Lattes Grinzane / Italia; Camões.
Doutor Honoris Causa por Instituições como a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, a Universidade Romena Babes-Bolyai de Cluj . Napoca, a Universidad Nacional Mayor de San Marcos – Peru.
Foram-lhe outorgadas altas Condecorações de Estado – Commendeur de l’Ordre des Arts et des Lettres / França. Entre nós, Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Da temática da Guerra Colonial ao confronto incisivo, singular e desafiante com as emergências históricas, psico-sociológicas, existenciais dos universos, tantas vezes indesvendados, do tempo que passa, a sua arte convoca e ilumina, desde a origem, os leitores das sete partidas.
Sócio Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (6.12.2016).