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Incêndios florestais em discussão na Academia das Ciências de Lisboa 

No dia 26 de junho, entre as 15h e as 17h30, realizou-se, na Academia das Ciências de Lisboa (ACL), um evento em torno do tema dos Incêndios Florestais e das Opções Políticas para uma Europa com conhecimento e adaptação ao Fogo. O evento, presidido pelo Presidente da ACL, José Francisco Rodrigues, coincidiu com uma sessão da classe de Ciências.

O evento teve por objetivo apresentar e discutir um relatório recente do EASAC-Changing Wildfires –Policy Options for a Fire-literate and Fire-adapted Europe cujodocumento está disponível em https://easac.eu/publications/details/changing-wildfires. Este relatório, sobre um problema complexo e de enorme interesse nacional como é o dos incêndios florestais, foi elaborado por um grupo de 23 cientistas e outros peritos indicados por academias de Ciências Europeias, entre as quais a nossa academia.

O aconselhamento científico independente em matérias cruciais para o desenvolvimento do País é uma das missões da ACL que se afirma como um espaço de reflexão crítica e de diálogo interdisciplinar ao serviço da sociedade. É neste contexto que participa em várias associações internacionais que têm por objetivo promover o aconselhamento científico independente na formulação de políticas públicas. Entre elas o EASAC que é o conselho consultivo científico das academias europeias e que promove o uso da evidência científica independente na formulação de políticas públicas europeias, contribuindo para decisões informadas e sustentáveis nos domínios da saúde, energia e ambiente. Trabalhando em estreita colaboração com a ACL entre outras instituições congéneres, o EASAC representa a voz coletiva da ciência europeia junto das instituições da UE e da sociedade. Em 2025, foram produzidos outros dois relatórios para os quais a ACL também contribuiu: i) “Security of Sustainable Energy Supplies”; este relatório, sobre a segurança de sistemas de fornecimento de energia, foi  anteriormente apresentado e discutido na ACL, simbolicamente no dia anterior ao recente apagão elétrico ii) “Meat Alternatives“ que pretende responder às preocupações em torno da produção e consumo de carne convencional e explorar a utilização de diferentes novas tecnologias; contamos apresentá-lo e discuti-lo na ACL assim que o seja pelo EASAC. Todos estes aspetos foram destacados, numa pequena intervenção inicial, pela Secretária-Geral da ACL, Isabel Sá Correia, que representou a ACL no Conselho do EASAC no período de elaboração destes relatórios.

O relatório foi apresentado por um dos coautores, o académico José Miguel Cardoso Pereira do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a que se seguiu outra apresentação pela académica Helena Freitas, da Universidade de Coimbra, que participou, também por indicação da ACL, na revisão do relatório.

O debate que se seguiu à apresentação do relatório foi moderado pelo jornalista José Manuel Fernandes do Observador. Nele intervieram, para além dos referidos académicos, Tiago Oliveira, Presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais e também coautor do relatório, Francisco Cordovil do ISCTE– Instituto Universitário de Lisboa, Teresa Pinto Correia da Universidade de Évora; Presidente do Laboratório Associado CHANGE, e Domingos Xavier Viegas da Universidade de Coimbra e Coordenador do Centro de Estudos de Incêndios Florestais.  O debate foi vivo na análise do relatório e suas recomendações no contexto nacional.  

Estiveram presentes, na ACL ou em teleconferência, convidados representantes da Agência de Gestão Integrada de fogos (AGIF), da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), da Liga Portuguesa dos Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana, da Direção-Geral da Alimentação e Veterinária, Companhia de Seguros e Centros de Investigação, Laboratórios Colaborativos e outras Instituições ligados às florestas e a fogos rurais.