Noticias_Adesao-RCAAP

Adesão ao Projeto RCAAP

A ACL já se encontra integrada no projeto Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP). O Repositório Aberto da Academia das Ciências de Lisboa, publica e divulga a produção intelectual e científica institucional, e promove a divulgação do seu acervo bibliográfico. Sempre que possível permite o acesso livre e integral dos documentos.

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Mostra Documental – Guarda-Mor

Durante o mês de fevereiro, o Arquivo Histórico da Academia das Ciências de Lisboa destaca a secção do Guarda-Mor dos Estabelecimentos, órgão regulamentado por alvará régio de 1791, em mostra documental localizada na antecâmara da Biblioteca.

Noticias_ILLLP-CEHUM

ILLLP e CEHUM promoveram um seminário lexicográfico

Nos dias 20 e 27 de janeiro, o ILLLP, em parceria com o Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM), dinamizou um seminário lexicográfico dirigido aos alunos do Mestrado Europeu em Lexicografia (EMLex), Programa Erasmus Mundus da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho. As sessões incidiram sobre a história e a evolução dos dicionários académicos portugueses, tendo sido ministrada formação teórica e prática no âmbito da elaboração de dicionários de língua geral, especificamente sobre obras produzidas por academias.

O convite, endereçado pela diretora do curso EMLex, Professora Doutora Idalete Dias, vem no seguimento do protocolo entre a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e a Universidade do Minho para a elaboração da versão digital do Dicionário da Língua Portuguesa da ACL. As sessões foram dinamizadas pela Doutora Ana Salgado, presidente do ILLLP.

Noticias_Cleonice-Berardinelli

Cleonice Berardinelli (1916-2023)

Com enorme pesar informamos que morreu com 106 anos Cleonice Berardinelli, Sócia Correspondente Brasileira da Academia das Ciências de Lisboa e figura cimeira da história da literatura e cultura luso-brasileira.

Aos seus familiares e amigos apresentamos sentidas condolências. Uma especial e fraterna lembrança à Academia Brasileira de Letras, que contou com a presença de Cleonice Berardinelli como sua destacada e insigne figura, recordada e homenageada nesta mensagem.

Cleonice Berardinelli foi mestra de todos os brasileiros que estudaram e lecionaram a literatura portuguesa, e foi também mestra de muitos que, em Portugal, puderam usufruir da sua sabedoria, sempre luminosa e cintilante. Ouvi-la falar de Camões, de Gil Vicente, de Fernando Pessoa, entre tantos outros autores, era sempre uma experiência extraordinária. Todos recordamos os seus estudos sobre um dos textos que ela mais amou, Os Lusíadas. A sua interpretação, sempre fina e elegante, abriu portas a leituras de muitos colegas e discípulos, e a densidade do seu saber iluminou todos os que puderam usufruir das suas lições, no Brasil e em Portugal.

Helena Buescu (e também Hélder Macedo, Carlos André e Onésimo Almeida)

Um testemunho já saudoso

Por Guilherme D’Oliveira Martins

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Destaque do Mês – Janeiro

Num mundo de massificação da tecnologia, onde os teclados de computador são considerados por muitos o novo e mais prático método de escrita, dedicamos algumas linhas da primeira newsletter do ano à arte da escrita à mão, comemorada a 23 de janeiro. Entre o excecional património bibliográfico da Academia das Ciências de Lisboa são centenas os manuscritos que poderiam ser evocados. Pela riqueza da mão caligráfica, damos a conhecer dois exemplares que se destacam entre o vasto conjunto documental. primeiro trata-se da conhecida Crónica Geral de Espanha cujo elevado valor literário, histórico, cultural e artístico faz com que tenha sido alvo de interesse por parte de vários autores, das numerosas áreas do saber. A autoridade desta crónica medieval portuguesa não se esgota apenas no relato do papel de Portugal na reconquista cristã. Desde a abertura do prólogo até à última página somos surpreendidos com a singularidade de todo o programa decorativo, onde habitam figuras humanas, fantásticas, animais, objetos ou os motivos vegetalistas. As grandes iniciais historiadas que adornam as margens e introduzem os parágrafos do manuscrito (e do presente texto) são o reflexo da colorida imaginação do(s) seu(s) iluminista(s). Por ser a instituição com o maior número de manuscritos árabes em território nacional – que provêm das intensas missões de evangelização e missionação dos religiosos no próximo oriente – selecionámos um documento do religioso fr. João de Sousa (1735-1812), também conhecido por Yuhannā ad-Dimasqī. Académico correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa, dedicou parte significativa da sua vida ao estudo, ensino e tradução da sua língua materna, o árabe, quer falado como escrito. Enquanto intérprete régio e docente, foi autor de uma vasta obra, impressa e manuscrita, de gramáticas, léxicos e manuais de ensino. Esta vertente pedagógica de fr. João de Sousa é notória no prólogo de um dos seus manuscritos onomásticos, datado de 1778, onde escreve: “Para suprir de algum modo huma cousa quasi impossível me propuz a escrever este papel (…)”. Trata-se de um texto bilingue, em árabe e português, onde o arabista traduziu termos, orações, diálogos comuns ou categorias de palavras tão variadas como profissões,cores, meses do ano, animais ou os números. Conservam-se ainda outros vestígios da importância da escrita para os religiosos do antigo Convento da Nossa Senhora de Jesus. A ordem franciscana, não raras vezes associada a uma menor projeção textual comparativamente com outras ordens e congregações religiosas, não ignorou o potencial comunicativo da palava escrita.Nas mãos dos diversos franciscanos retratados – como fr. José Mayne (1723-1792), fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento (1713-1790) ou fr. Manuel dos Anjos (1695-1653), respetivamente – identificamos os instrumentos de escrita predominantes nos séculos XVII e XVIII, a pena e o tinteiro.

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Documento do Mês (AH) – Janeiro

Ofício da Academia das Ciências de Lisboa a D. Maria I, c. 1790/1798

– Carta manuscrita que retrata o estado de degradação dos arquivos do Reino com proposta dos sócios académicos para a sua conservação e organização.

 

A primeira edição do “Documento do Mês” inicia com um ofício apresentado pelos sócios da Academia das Ciências de Lisboa a D. Maria I (r. 1777-1816), no qual se procede à descrição do estado dos Archivos das Camaras deste Reyno. Sem conseguirmos determinar a datação exata deste documento e sua autoria, sabemos que, de facto, os primeiros exames aos arquivos municipais remontam à segunda metade do século XVIII, com o destaque para os trabalhos de João Pedro Ribeiro (1758-1839) e Fr. Joaquim de Santo Agostinho (1767-1845), incumbidos pela própria Academia, da qual eram sócios efetivos da Classe de Letras. Constatando com magoa a degradação de Documentos, considera-se que esta conjuntura seja estrutural da administração central do Reino, pela falta de observância quanto à conservação do património documental que já se verificava nos governos predecessores ao de D. Maria I. Por um lado, nota-se a saída de documentos dos arquivos e seu alheamento por parte de particulares, interrompendo-se as cadeias de custódia, como foi possível constatar nos antigos Índices e respetivos traslados. Por
outro, os Sócios alertam para o escuzo, obscuro e humido acondicionamento dos papéis e pergaminhos que, lançados a monte no fundo de hua Arca ou Armario, perdem o seu contexto orgânico-institucional e, em grande medida, a relação entre si, da qual resulta a confuzão e dezordem. Neste sentido, de forma a evitar a perpetuação dos estragos e a impedir a repetição dos mesmos males, a Academia avança com um conjunto de propostas para a conservação e organização dos documentos. Em primeiro lugar, para o seu acondicionamento sugere-se a utilização de armários abertos com grades, de modo a promover a circulação do ar e a evitar a concentração de humidade, dando preferência a salas com estrutura em abóbada. De seguida, propõe-se a encadernação de documentos avulsos e pergaminhos em maços por tipologia e ordem cronológica (alvarás, cartas régias, provisões e instrumentos judiciais, etc.). Depois, a
existência de, pelo menos, três chaves para a guarda do arquivo. Previa-se também a inventariação dos documentos conservados pelos cartórios e sua entrega à correição da comarca, tutelada pelo respetivo Ministro Superior. Por último, reitera-se a intransigência quanto ao extravio de documentação dos arquivos e cartórios sem ordem expressa da Casa Real. As Observações históricas e críticas de João Pedro Ribeiro, publicadas em 1798, vão precisamente ao encontro destas constatações, explanadas na sua segunda parte, intitulada “Sobre a necessidade de acautelar pelos meios oportunos a total ruina dos Cartórios” – o que nos permite presumir a sua participação na composição do ofício apresentado -, que destacamos como primeiro “Documento do Mês”

Documento Completo

Transcrição do Documento

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Mostra documental – Arquivo pessoal da Prof. Doutora Eva Maria von Kemnitz (1950-2017)

No passado dia 20 de dezembro a Academia das Ciências de Lisboa celebrou a assinatura do protocolo de doação do arquivo pessoal da Prof. Doutora Eva Maria von Kemnitz (1950-2017), conjunto documental constituído por 74 caixas resultantes da sua investigação no âmbito do estudo do Oriente, Portugal e do Magrebe.
Durante o mês de janeiro, o Arquivo da Academia destaca esta doação na mostra documental localizada na antecâmara da Biblioteca da ACL.

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1ª Reunião da Comissão Temática “Tecnologia e Sociedade” dos Observadores Consultivos da CPLP

Na sequência da Reunião das Comissões Temáticas e Novos Observadores Consultivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ocorrida no final do mês de setembro de 2022, a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) organizou no passado dia 13 de dezembro de 2022 a 1ª Reunião da Comissão Temática “Tecnologia e Sociedade”.

A proposta da criação da comissão foi inspirada numa classe interdisciplinar da Academia Real da Bélgica, intitulada “Tecnologia e Sociedade” e surgiu da origem da secção incluída na classe de ciências e que integra a Comissão Temática visando estudar os impactos da Tecnologia na Sociedade e em particular como as escolhas tecnológicas de hoje irão condicionar as sociedades do futuro.

Estiveram presentes nesta Reunião além da representante do Secretariado Executivo da CPLP, Doutora Arlinda Cabral, os Professores Doutores José Bragança de Miranda (Universidade Lusófona), João Arriscado Nunes (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), António Dias Farinha (ACL), Rui Vilela Mendes (ACL), Jorge Braga de Macedo (ACL, que coordenou a reunião), Maria Salomé Pais (ACL) e Manuel Alves da Rocha (Universidade Católica de Angola), que intervieram dando a conhecer as atividades das suas instituições, e no caso da ACL, as quatro secções representadas. Também se debateram projetos da CPLP, propondo-se novos planos de trabalho para o futuro, destacando-se duas possibilidades de intervenção tais como o levantamento de informação sobre a existência de academias de ciências, ou estruturas análogas, nos demais Estados-Membros da CPLP, por forma a se averiguar a possibilidade de criação de uma rede ou plataforma de diálogo multilateral e a implementação de um site para a Comissão Temática de “Tecnologia e Sociedade” dos Observadores Consultivos da CPLP no Portal da CPLP com o objetivo de divulgar as publicações, atividades e iniciativas. 

A próxima reunião da Comissão Temática de Tecnologia e Sociedade dos Observadores Consultivos da CPLP ficou prevista para janeiro de 2023 tendo em vista a preparação das atividades propostas.